segunda-feira, 3 de junho de 2013

JEJUM TÁ NA MODA...

Em se tratando de dietas para emagrecimento, modismos surgem a todo instante. Dieta da sopa, da lua, de luz... E a promessa é sempre a mesma, emagrecimento rápido e sem sofrimento. Infelizmente, ninguém ainda encontrou uma poção ou receita mágica para este problema da vida moderna.

A atual receita mágica para redução de peso, protagonizada por algumas atrizes americanas, é fazer jejum, ficando sem comer de dois a três dias por semana. Os defensores do método dizem que a privação desintoxica o organismo e facilita a perda de peso, além de ajudar a baixar os níveis de colesterol e de açúcar no sangue, aumentar a energia e melhorar as funções cognitivas do cérebro.

Será?!!

Jejum significa o ato de diminuir ou deixar por completo de se alimentar por um período. Existem pessoas que utilizam esta prática por motivos religiosos, por indicação médica e o mais comum: para emagrecer.

Jejuns por motivos médicos são realizados no pré ou pós operatório de cirurgias específicas. O jejum por motivos religiosos pode variar na sua justificativa e no tipo de jejum, de acordo com cada religião.

Já o jejum, com objetivo de emagrecimento, feito por conta própria, a fim de conquistar o peso ideal em pouco tempo, não é saudável e pode trazer vários danos à saúde.

O risco do jejum...

O jejum prolongado faz com que o corpo trabalhe de forma mais lenta, diminuindo o ritmo de todas as funções com o objetivo de economizar energia. Com isso, o que pode ocorrer, é a pessoa, mesmo comendo menos, engordar, pois o corpo entende que é um período de economia, onde é necessário formar uma reserva energética.

O sistema nervoso também sofre, pois depende de glicose para funcionar. A hipoglicemia, diminuição do nível de glicose no sangue, afeta a capacidade de raciocínio e concentração, atrapalhando o rendimento no trabalho e nos estudos. O único momento em que o corpo tolera um jejum de oito ou dez horas, sem prejuízo ao metabolismo, é quando você dorme e há redução na energia gasta. Fora este momento, a falta de glicose pode causar efeitos colaterais, mau hálito, tontura e confusão mental.

Alem disso, as células, para se manterem ativas no período de jejum, buscam alternativas para suprir a falta da glicose, mudando suas rotas metabólicas. Essas mudanças podem produzir corpos chamados cetônicos, o que pode ocasionar dores musculares, dificuldade de concentração e o hálito característico de quem fica muito tempo sem comer.

A produção de hormônios também requer energia e pode ser prejudicada quando o individuo passa muito tempo em jejum. O corpo faz uso dos hormônios já existentes no organismo, mas logo fica carente dessas substâncias, afetando a transmissão de mensagens pelo cérebro. Os mais susceptíveis aos efeitos do jejum são os hormônios que regulam o ciclo menstrual da mulher.

Pode ocorrer perda de massa muscular, pois o organismo, depois de utilizar as reservas de glicose, armazenadas sob a forma de glicogênio, que vale lembrar são pequenas, vai procurar alternativas para se manter durante o jejum. Assim, aos poucos, o organismo começa a queimar reservas musculares para produzir energia e há redução da massa magra do corpo, com diminuição da força muscular, podendo causar cãibras e dores pelo corpo

Um risco, talvez um dos maiores e mais graves, seja o risco cardiológico. Um jejum prolongado pode ocasionar alterações eletrolíticas no organismo: queda de potássio, causando arritmias cardíacas. Ainda queda da pressão sanguínea e frequência respiratória.

Por isso, como as células e o nosso corpo trabalham 24 horas por dia, é recomendável ingerir seis pequenas porções de alimentos em intervalos de três horas, cultivando uma dieta equilibrada aliada à pratica regular de atividade física.

Fazer jejum emagrece???

Para emagrecer, realmente é preciso diminuir o consumo dos alimentos e aumentar o gasto calórico, através da prática de exercícios físicos. Mas é fundamental que esta restrição de calorias seja adequada, gradual e que vise resultados saudáveis.

Uma restrição excessiva, pode resultar em perda de massa magra, flacidez e fraqueza, além de outros distúrbios, como anemia, dislipidemias e problemas hepáticos.

Quando uma dieta é muito restrita em energia ela pode até ser eficiente na redução do peso, mas é preciso analisar se esta redução será duradoura e o mais importante, se não trará danos à sua saúde.









Nenhum comentário: